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sexta-feira, 18 de maio de 2018

Semana Nacional de Lutas das IEES e IMES

Nacional
Chapa 1 vence a eleição para diretoria do ANDES-SN biênio 2018/2020
A Comissão Eleitoral Central (CEC) divulgou na manhã desta terça-feira (15), o resultado final da computação dos votos da eleição para a nova diretoria do ANDES-SN, que estará à frente do Sindicato Nacional durante o biênio 2018-2020. A Chapa 1 “ANDES Autônomo e de Luta” foi eleita com 51,71% dos votos dos eleitores que compareceram às urnas de todo o país, nos dias 9 e 10 de maio.
17 de maio marca Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia
Em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças. Desde então, a data marca o Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia e virou símbolo da luta por direitos humanos e pela diversidade sexual, contra a violência, intolerância e discriminação.
Fonasefe e Fonacate debatem próximos passos da mobilização dos servidores
Entidades irão pautar em suas assembleias a construção de um Dia Nacional de Lutas no dia 7 de junho. Antes, dia 23 de maio, será realizada uma panfletagem nos estados e municípios.
Setor das Estaduais e Municipais inicia Semana de Lutas no dia 21
O Setor das Instituições Estaduais e Municipais de Ensino (Setor das Iees/Imes) do ANDES-SN realizará a Semana Nacional de Lutas de 21 a 25 de maio, em todo o país. Os docentes reivindicarão a garantia e ampliação do financiamento público nas instituições e contra a apropriação do fundo público pelo capital privado, que resulta em privatização e sucateamento.
Começa a apuração dos votos locais para a escolha da nova diretoria do ANDES-SN
Tem início nesta sexta-feira (11), a apuração dos votos em âmbito local para a escolha da nova diretoria do ANDES-SN, que estará à frente do Sindicato Nacional durante o biênio 2018-2020. A votação, para a escolha das duas chapas inscritas “Chapa 1 – ANDES Autônomo e de Luta” e a “Chapa 2 – Renova ANDES”, se deu nos dias 9 e 10 de maio. Veja as nominatas.
ANDES-SN participa em nove ações no STF como Amicus Curiae
O ANDES-SN, por meio de sua Assessoria Jurídica Nacional (AJN), tem participado ativamente das discussões que afetam a educação pública, os serviços e servidores públicos, entre outros temas, no Supremo Tribunal Federal (STF). Atualmente o Sindicato Nacional é Amicus Curiae em nove processos que estão no Supremo, sejam eles Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADI) ou Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC).
Seções Sindicais
Docentes da Universidade do Estado do Pará entram em greve
Os docentes da Universidade do Estado do Pará (Uepa) estão em greve há nove dias para lutar por financiamento, reajuste salarial e garantia de direitos trabalhistas. A decisão paralisar as atividades foi tomada em assembleia geral, realizada no dia 4 de maio, diante dos sucessivos descumprimentos de acordo e do rechaço ao diálogo com a categoria por parte do governo.
Docentes da Unimontes garantem vitórias e encerram greve
Os docentes da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), de Minas Gerais, decidiram encerrar a greve da categoria, após assembleia realizada no último dia 10. Foram mais de três meses de luta, com os qual os docentes conquistaram a nomeação de 31 professores aprovados no concurso público de 2014, a abertura de 128 vagas para novos concursos e a assinatura do acordo para criação da nova carreira dos docentes universitários mineiros.
Docentes da Unifesp em regime de DE têm adicional noturno cortado dos salários
Os docentes em regime da Dedicação Exclusiva (DE) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) tiveram uma surpresa no holerite do mês de maio ao perceberem que o adicional noturno, pago aos professores que ministram aula após às 22 horas, foi cortado dos salários.
Outras Lutas
Metalúrgicos da Mercedes, no ABC, estão em greve por tempo indeterminado
Os metalúrgicos da Mercedes, em nova assembleia realizada na terça-feira (15), aprovaram a continuidade da greve na montadora por tempo indeterminado. A paralisação deflagrada na segunda-feira, em São Bernardo do Campo, é em protesto ao impasse nas negociações de reajuste salarial e Participação nos Lucros e Resultados (PLR).
Estudantes da UFMT seguem em greve e Consepe suspende calendário da graduação
Os estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) demonstraram mais uma vez a força do movimento contra as mudanças na política de alimentação e em defesa da universidade pública nessa segunda-feira (14). Com votação significativa, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) suspendeu o calendário de todos os cursos de graduação em todos os campi da instituição, com data retroativa a 20 de abril. Os cursos de pós-graduação e extensão seguem normalmente.
Trabalhadores da educação municipal de Niterói iniciam greve nesta terça
Os professores e servidores da educação municipal de Niterói (RJ) decidiram, em assembleia realizada no dia 9 de maio, entrar em greve a partir desta terça-feira (15) para exigir da prefeitura a abertura de negociação sobre sua pauta de reivindicações. Há quatro anos a categoria tenta, em vão, ser recebida pelo prefeito Rodrigo Neves (PDT) e conquistar maior valorização.
Geisel autorizou execuções de opositores durante a ditadura empresarial-militar
A Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, em inglês) divulgou um documento secreto de 1974 no qual o ditador Ernesto Geisel (1974-1979) deu sua aprovação para uma política de "execução sumária” de "subversivos” durante a ditadura empresarial-militar brasileira. No documento, Geisel incumbe o general João Baptista Figueiredo, que chefiava o Serviço Nacional de Informações (SNI), de analisar e autorizar pessoalmente qualquer execução. Depois, Figueiredo viria a ser seu sucessor na Presidência.
Outras Lutas
MAIO
21 a 25 - Semana Nacional de Lutas das IEES e IMES.
23 - Dia Nacional de Mobilização dos Servidores Públicos Federais.
26 e 27 - Reunião do Setor dos Docentes das IFES do ANDES-SN - Sede do ANDES-SN, em Brasília (DF).
JUNHO 
7 - Reunião do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria – GTSS/A do ANDES-SN, em Curitiba (PR).
8 a 10 - Encontro Nacional do Grupo de Trabalho de Seguridade Social e Assuntos de Aposentadoria – GTSS/A, em Curitiba (PR).

JUNHO/JULHO 
28 a 01 - 63º CONAD do ANDES-SN com o tema "Por um projeto classista e democrático de educação pública: em defesa da gratuidade, autonomia e liberdade acadêmica. Fortaleza (CE).
Para receber este informativo escreva para suporte@andes.org.br

9 LINDAS FOTOS DOS GALOS (RN), UM PARAÍSO DESCONHECIDO DE MUITOS BRASILEIROS

Foto: Pousada Peixe Galo/Divulgação
Já era hora de falar dos Galos, um paraíso do Rio Grande do Norte a 170 km de Natal e bem próximo de São Miguel do Gostoso, que é desconhecido de muita gente.
O lugar ainda se preserva bastante intacto, com vilarejos rústicos, e charretes e buggys como únicas opções de transporte.
Quem o visitar verá lagoas que viram piscinas naturais, dunas móveis, praias isoladas (que surgem e desaparecem no ritmo da maré). A natureza se expressando com força e liberdade.
Nos Galos é possível ir do rio ao mar em poucos passos. Lá tem um restaurante onde dá pra tomar um belo café da manhã com vista pra o rio, e depois dar um passeio de barco passando por rios, dunas, mangues e salinas da região.
A especialidade do restaurante é o trio ovo + queijo + tapioca. Foto: Pousada Peixe Galo/Divulgação
E a fauna é outra coisa fuderosa. Os vários mangues e estuários são berços para espécies nativas de pássaros, crustáceos e animais marinhos, como cavalos marinhos. Já viu um desses de perto?
Agora chega de lero lero e vamos às fotos desse paraíso. As fotos foram feitas pelo nosso leitor Chrystian de Saboya, segundo ele “sem nenhuma pretensão, apenas por amor ao mundo”:
Foto: Chrystian de Saboya
Foto: Chrystian de Saboya
Foto: Chrystian de Saboya
Foto: Chrystian de Saboya
Foto: Chrystian de Saboya
Foto: Chrystian de Saboya
Foto: Chrystian de Saboya
Foto: Chrystian de Saboya
Foto: Chrystian de Saboya
Fica então a dica pra sua próxima viagem!
Com informações de Viagem em Pauta
Fonte: https://curiozzzo.com/2018/05/02/9-fotos-dos-galos/

CANOA ENCONTRADA NA LAGOA DE EXTREMOZ NO RIO GRANDE DO NORTE É O ARTEFATO NÁUTICO MAIS ANTIGO DO BRASIL - "REVIVENDO A DESCOBERTA!" - EDUARDO VASCONCELOS - CPC/RN

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Preste bem atenção nessa história impressionante.
Em Janeiro de 2013 houve um período de seca no Rio Grande de Norte, o nível da Lagoa de Extremoz baixou, e um morador da cidade encontrou uma canoa. Depois de algum tempo ele encontrou mais duas. Com os rumores de que as canoas fossem levadas da cidade, o secretário de turismo as levou para a Fundação de Cultura Aldeia do Guajiru em Extremoz, onde ficaram expostas ao sol e a chuva durante muito tempo.
Um tempo lamentável de descaso se passou, até que uma equipe da Universidade de Pernambuco foi até as canoas para fazer o estudo de “datação”, que é a determinação da idade de um objeto. A expectava era muita grande para saber a idade real das canoas de Extremoz e a quem pertenciam.
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Fizeram portanto o exame de Carbono 14 na Flórida, Estados Unidos. Quatro exemplares foram analisados além das canoas encontradas na lagoa como também uma outra canoa que está exposta no museu Câmara Cascudo. Os pesquisadores nomearam as canoas como Extremoz 01, Extremoz 02, Extremoz 03 e Extremoz 04.
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Agora vem o mais impressionante. A Canoa Extremoz 01 tem 230 anos, Canoa Extremoz 02 tem 210 anos, Canoa Extremoz 03 tem 280 anos e a Canoa Extremoz 04, pasmem, tem 700 anos e é, até o presente momento, o artefato náutico mais antigo do Brasil. 
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Impressionante. Quer ver mais coisas antigas no Rio Grande do Norte? Continue lendo aqui:
Fonte: Dissertação do aluno de Mestrado em Arqueologia Hamilton Marcelo Morais Lins Junior que teve como Orientador o Prof. Dr. Carlos Celestino Rios e Souza da Universidade Federal de Pernambuco do Centro de Filosofia e Ciências Humanas do Programa de Pós-Graduação em Arqueologia publicada em 2015. Com as informações de: Lenilton Lima

As tribos Indígenas que habitavam o RN

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Publicado por fernandocamboim em 

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Segundo Câmara Cascudo, dois povos habitavam o nosso estado, quando os europeus chegaram a esse território. Os Tupi , representados pelas tribos dos Potiguar, que ocupavam parte do litoral da Paraíba e todo o litoral do Rio Grande do Norte, principalmente o litoral que vai de Baía Formosa até Touros. Na parte mais interiorizada da nossa costa, chegando ao agreste, viviam os Guaraíra, os Paiguá e os Jundiá.
No interior, predominavam os Tapuio, também chamados de Cariri, divididos em tribos como os Panati, Caicó, Peba, Tarairiú, que habitavam o Seridó. Da chapada do Apodi para a Serra de Patú, viviam os Janduí, Pataxó, Pajeú, Paiacu e Moxoró. Na região serrana, predominavam as tribos do Icó, Panati e Pacaju.
Esses índios resistiram à invasão do seu território, dos seus rios, florestas e de toda sua paisagem de caça, pesca e de sobrevivência ocupada pelos colonizadores de origem portuguesa. Essa luta é articulada pela confederação dos Cariri, que deve ter sido realizada em torno de 1670.
A reação à resistência indígena, que é chamada pelo colonizador de Guerra dos Bárbaros, é feita de forma cruel em todo sertão nordestino, que começava a ser ocupado com criatório do gado. Os Cariri são dizimados por tropas vindas da Bahia, de Pernambuco e até pelos Bandeirantes paulistas, como é o caso de Domingos Jorge Velho.
“Terminada a guerra dos bárbaros, a capitania estava arrasada e a população indígena reduzidíssima. Os que sobreviveram entraram paulatinamente num processo de miscigenação e de aculturação com a população branca de origem portuguesa, e com negros de origem africana…somente após o esmagamento dos índios no século XVII, pôde a colonização portuguesa consolidar-se no interior ao longo do século XVIII” (Souza, Itamar de. Diário do Rio Grande do norte – v. Natal. Junho de 1999.
Fonte: Economia Rio Grande do Norte – Estudo Geo-Histórico e Econômico – José Lacerda Alves Felipe, Aristotelina Pereira Barreto Rocha, Edilson Alves de Carvalho – Editora Grafset

Notícias sobre fugas de escravos no Rio Grande do Norte - "VALE A PENA CONFERIR!!!" - EDUARDO VASCONCELOS - CPC/RN


Falar sobre escravidão no Rio Grande do Norte é um assunto complicado. O problema surge tanto pelo limitado número de fontes existentes, quanto pelas ideias já arraigadas entre a nossa sociedade sobre tão espinhoso assunto.
Em uma recente ocasião, ao debater com um estudioso potiguar sobre a escravatura em terras potiguares, ele me transmitiu que em sua opinião, devido ao número limitado de escravos que aqui existiu, não teria ocorrido tantas violências contra estes. Segundo esta pessoa, no Rio Grande do Norte os senhores de terras eram diferentes dos “malévolos escravocratas do sul do país e da Bahia” e que, devido a este bom tratamento dispensado aos cativos, se criou por aqui uma certa “escravidão mansa”.
Tal ideia distorcida e a mim transmitida na atualidade, a muito já havia sido apontada pelo grande Joaquim Nabuco em sua obra “O Abolicionismo”, como um pensamento existente na sociedade brasileira que tivemos uma escravidão pacífica e ordeira, com um cativo generoso, dócil e passivo. Esta teoria teria como base a ideia da “ausência do preconceito racial entre brancos e negros” e que gerou no Brasil uma pretensa democracia racial.

Mas apesar desta situação, desta pretensa “mansidão” geradora de mitos em favor dos senhores de escravos em terras potiguares, isso não significa que aqui não ocorreram as mazelas provocadas por este sistema.
Poucos Escravos
Se analisarmos os resultados do censo demográfico de 1872, o primeiro realizado no país, comprovamos que o número do chamado “elemento negro” realmente não era muito representativo no Rio Grande do Norte. Nos resultados deste censo, em sua página 82, aponta que a população livre potiguar era de 220.959 pessoas e o número total de escravos chegava a meros 13.020. Tanto no sertão como no litoral o número de trabalhadores livres era mais elevado que o de escravos.

Censo de 1872 - Província do Rio Grande do Norte. Fonte- Arquivo IBGE
Para efeitos de comparação, segundo dados deste mesmo censo demográfico, em 1872 a Paraíba, na época Parahyba do Norte, tinha 21.296 cativos, para uma população de 376.226 habitantes. No Ceará foram contados 31.913 escravos para 721.686 pessoas livres e em Pernambuco havia 89.028 escravos para 841.539 habitantes não escravos.
Com o surgimento da grande e calamitosa seca ocorrida entre os anos de 1877 a 1879, que provocou sérios desarranjos em nossa agricultura e teve como uma de suas consequências, a venda de uma grande parte dos escravos potiguares para outras regiões do país, o número de cativos no Rio Grande do Norte e em outras províncias nordestinas diminuiu mais ainda.

Mas o universo do cotidiano destes escravos por aqui, que nunca foi “manso”, parece não ter se modificado com fim da seca, pois, segundo anúncios publicados em jornais da época, cativos buscavam fugir de seus senhores.
Através do apoio do amigo Celso Augusto Soares Antas, possuidor de uma bela coleção de antigos jornais potiguares, do seu escritório localizado no tradicional bairro carioca de Copacabana, me enviou dois raros anúncios que apresento em nosso trabalho, onde podemos conhecer um pouco mais do sofrimento dos nossos escravos.
O Fugitivo com um Chapéu de Couro
Na edição do jornal “O Brado Conservador”, publicado na cidade de Assú, no dia 23 de setembro de 1881, informa que na fazenda “Sant’Anna”, fugiu um escravo que atendia pela graça de Antônio.

“O Brado Conservador”, publicado na cidade de Assú, no dia 23 de setembro de 1881
Este cativo era “peça” que pertencia ao Senhor João pereira da Circuncisão e estava “alugado”, ao Senhor Francisco Xavier de Albuquerque Montenegro. Estes senhores tinham propriedade no lugar Ilha de São Francisco, em Macau.
O cativo Antônio, de “30 annos de edade, pouco mais ou menos”, é descrito primeiramente como “cabra”, que segundo a “Grande Enciclopédia Delta Larousse”, página 1.166, edição de 1978, designa “Descendente de mulato com negro; mulato escuro”. Na sequência o fugitivo teria “altura regular” (cerca de 1,70 m.), andava curvado, tinha o cabelo “carapinho” (daqueles que nascem espiralados desde a raiz), vestia camisa e calça brancas, de “algodão da Bahia”, e havia um toque sertanejo na sua indumentária, pois Antônio protegia a cabeça com um tradicional “chapéu de couro”.
Seu dono pedia que quem o capturasse o trouxesse para a fazenda Ilha de São Francisco, em Macau, ou na fazenda São Pedro, de propriedade do Senhor Honório Xavier da Cunha Montenegro, provavelmente irmão do Senhor Francisco Xavier. Estes ofereciam pela captura do fujão a quantia de 50$000 réis.
Em 1881, no vizinho Ceará  já existiam locais onde ocorriam manifestações em favor da libertação dos escravos e em 1884 esta torna-se a primeira província brasileira a abolir a escravidão. Não sei se o motivo da fuga de Antônio foi devido a ele ter conhecimento de notícias sobre pessoas que propagavam ideias de liberdade dos cativos na província vizinha. Pessoalmente acredito que esta fuga foi tão somente um puro desejo de liberdade.
Um Violeiro Que Enganou a Polícia em Natal
A segunda nota é igualmente do ano de 1881, mas do dia 29 de dezembro, dando conta que há quase dois anos, um cativo de nome Francisco estava foragido da então povoação de Luís Gomes, no extremo oeste potiguar. O dito escravo pertencia ao Senhor Álvaro de Almeida Cavalcanti, que aparentemente seria proprietário das terras da fazenda Lagoa de Cima, próximo a atual área urbana de Luís Gomes.


A descrição deste escravo (como o leitor pode ver no anúncio ampliado clicando na foto) é bem interessante. Francisco era um adulto de 44 anos, altura regular, bons dentes, etc. Mas salta aos olhos o termo “mãos bem pinta das de branco”. Creio que a nota queria dizer que, além das palmas das mãos de Francisco ser bem claras, não seriam mãos rudes, cheias de calos, de quem pegava todo o dia no cabo da enxada. Mas seriam mãos de quem tinha de ter destreza e apuro com ferramentas necessárias a função de um sapateiro, de um caldeireiro (certamente de um engenho de rapadura, onde ele deveria preparar e limpar a garapa da cana-de-açúcar para fazer a rapadura batida), e de um tocador de viola. Estas, segundo a antiga nota de “O Brado Conservador”, eram as aptidões do escravo fujão.
Consta que o fugitivo foi comprado pelo Senhor Álvaro três anos antes de sua fuga, no ano de 1877, em plena seca. Talvez seu antigo dono Francisco da Costa, se desfez da sua “peça” por dívidas contraídas no período da grande estiagem, ou porque seu escravo dava muito trabalho pela sua rebeldia.
Sabemos através da nota que Francisco não era aquele tipo de escravo destinado apenas a enxada e que certamente ele tinha capacidade de compreender a lógica escravocrata do mundo dos brancos. Pois em maio de 1881, um ano e três meses depois de fugir de Luís Gomes, ele esteve em Natal.
Na época a capital potiguar não tinha nem 20.000 almas, com estradas que faziam com que a tarefa de seguir para Luís Gomes não fosse uma viagem, mas uma jornada, quase uma expedição (atualmente esta cidade está distante de Natal, no asfalto, 444 quilômetros). Independente desta questão, consta que em Natal ninguém “reclamou” a sua pose e ele saiu livre.
Não é difícil imaginar como Francisco pode ter utilizado de uma boa “conversa” e, quem sabe, de alguns acordes da viola para convencer as autoridades que era um homem livre. Provavelmente a notícia da detenção de seu escravo deve ter chegado ao conhecimento de seu amo na povoação de Luís Gomes e este estava estampando nos jornais uma recompensa de 100$000 mil réis para que o levasse ao seu “Senhor” e 50$000 mil réis para quem o largasse em alguma cadeia.
Importância dos Anúncios
Estes anúncios seriam uma das poucas fontes para o conhecimento e o entendimento do cotidiano dos cativos.
Segundo o diplomata e historiador Alberto da Costa e Silva, que prefaciou o excepcional livro “O escravo nos anúncios de jornais Brasileiros do século XIX”, do sociólogo pernambucano Gilberto Freyre, este autor foi um dos primeiros “a alertar para a riqueza desses anúncios como fonte documental para nos aproximar do universo e do cotidiano dos escravos”. Neste livro Freyre utilizou estes anúncios para mostrar como se dava as relações entre os escravos e seus senhores, os tipos de ocupações que os cativos exerciam, a forma como estes escravos eram apresentados e outros pontos. Gilberto Freyre teria se debruçado nas páginas amareladas de jornais como Diário de Pernambuco (Recife), Jornal do Commercio (Rio de Janeiro) e teria conseguido reunir dez mil anúncios ao final de sua pesquisa.

O trabalho é realmente interessante e, ao longo de suas mais de 250 páginas, o leitor é transportado através dos anúncios para aquele universo de opressão que permeou a história do Brasil e até hoje sofremos as consequências.
Todos os direitos reservados
Em uma recente ocasião, ao debater com um estudioso potiguar sobre a escravatura em terras potiguares, ele me transmitiu que em sua opinião, devido ao número limitado de escravos que aqui existiu, não teria ocorrido tantas violências contra estes. Segundo esta pessoa, no Rio Grande do Norte os senhores de terras eram diferentes dos “malévolos escravocratas do sul do país e da Bahia” e que, devido a este bom tratamento dispensado aos cativos, se criou por aqui uma certa “escravidão mansa”.
Tal ideia distorcida e a mim transmitida na atualidade, a muito já havia sido apontada pelo grande Joaquim Nabuco em sua obra “O Abolicionismo”, como um pensamento existente na sociedade brasileira que tivemos uma escravidão pacífica e ordeira, com um cativo generoso, dócil e passivo. Esta teoria teria como base a ideia da “ausência do preconceito racial entre brancos e negros” e que gerou no Brasil uma pretensa democracia racial.