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domingo, 10 de dezembro de 2017

Filme nacional: Lamparina da aurora, cinema-experiência

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Por José Geraldo Couto*, no Blog do IMS**
Escrito, dirigido, produzido e fotografado pelo próprio cineasta, o filme se compõe, em princípio, de poucos elementos: três personagens, nenhum diálogo, umas poucas locações recorrentes – um velho casarão, uma mesa de refeições, uma escadaria de pedra, um bosque, um rio. O que o torna extraordinário é o modo como esses elementos serão conjugados ao longo da narrativa.
Falar em “narrativa” talvez não seja adequado. Não há propriamente um enredo, e muito menos uma progressão. Há um núcleo dramático – um casal de idosos (Vera Leite e Buda Lira) que compartilha a mesa e a cama e recebe a visita ocasional de um homem mais jovem (Antonio Saboia) – e em torno desse núcleo se desenvolvem cenas, por assim dizer, autônomas. Passado e presente, sonho e vigília, misturam-se sem que haja diferenças de espessura entre uma dimensão e outra. Não sabemos o que veio antes e o que veio depois, o que foi apenas sonhado ou imaginado, quem está morto e quem está vivo.
Cinema tátil e espiritual

O silêncio opressivo dos personagens, a composição precisa dos planos, a iluminação tendente ao expressionismo, a sutil fusão de música e ruído na trilha sonora, tudo contribui para a instauração de uma atmosfera de terror, mas um terror sem causa imediata, um terror metafísico. Terror da solidão, da passagem do tempo, da ausência de respostas (existirmos: a que será que se destina?), terror da morte e do esquecimento. Amplificando a reverberação das imagens, acrescentando-lhes sentido, poemas filosóficos de Nauro Machado, pai do diretor, são declamados em off pelo próprio filho.

É um cinema tátil, sensorial, em que elementos primais como a terra, a água, o fogo, o leite e o sangue são dispostos como motivos musicais ou como versos de um poema, com suas rimas, seus atritos e suas dissonâncias. Ao fazer da materialidade do corpo e da paisagem natural meios de expressão de inquietações espirituais, ao buscar no físico aquilo que o transcende (literalmente o meta-físico), o cinema de Frederico Machado filia-se ao de um Andrei Tarkóvski ou ao de um Shohei Imamura, malgrado as diferenças radicais entre os três.
Jean-Pierre Melville

Em contraste com o tipo de cinema destacado no parágrafo acima, os filmes do francês Jean-Pierre Melville (1917-73), a quem o IMS dedica uma ampla retrospectiva no Rio e em São Paulo, são marcados pela leveza, pela fluência e pela ausência de solenidade. Não digo que sejam desprovidos de uma preocupação filosófica, sobretudo moral, mas sim que essa preocupação vem plasmada em uma forma cinematográfica que manipula os códigos do cinema narrativo clássico, ainda que o faça de uma maneira moderna e levemente irônica.

Primeiro cineasta francês moderno a ter seu próprio estúdio (criado em 1946), Melville declarou em entrevistas que, depois de Les enfants terribles (1950), baseado no livro de Jean Cocteau, decidiu abandonar o “gueto do cinema intelectual” e tentar fazer filmes que fossem interessantes para o grande público. Deu vazão a sua paixão pelo cinema norte-americano, em especial pelo policial noir, mas sem perder a sutileza de sua formação literária e o senso crítico de sua experiência política e pessoal.
Acabou por criar quase um gênero próprio, fundindo a agilidade narrativa americana e uma sensibilidade existencialista marcadamente francesa em obras memoráveis como Dois homens em Manhattan, Técnica de um delator, O samurai e O círculo vermelho, com seus anti-heróis ambíguos e imprevisíveis (vividos geralmente por Alain Delon ou Jean-Paul Belmondo), confrontados em algum momento com um dilema moral (em especial o tema da traição).
Não por acaso, foi inspirador e companheiro de viagem dos cineastas da Nouvelle Vague, que também fizeram, cada um à sua maneira, releituras da mitologia e da iconografia do grande cinema norte-americano. Mesmo nos filmes da sua chamada “trilogia da Resistência” (O silêncio do mar, Léon Morin, padre e O exército das sombras), ambientados na França sob ocupação alemã, a sutileza, o humor, a sensualidade e um irresistível savoir-faire marcam presença.
Melville morreu aos 55 anos, no auge de sua potência criativa. Vistos ou revistos hoje, seus filmes mantêm intactos o frescor e a verve que os tornaram únicos e incontornáveis.
Antes o tempo não acabava
Além de Lamparina da aurora, está em cartaz outro belo filme brasileiro produzido fora dos polos tradicionais (São Paulo, Rio, Pernambuco, Minas, Rio Grande do Sul) e com uma temática nada habitual: Antes o tempo não acabava, de Sérgio Andrade e Fábio Baldo, realizado em Manaus e centrado na trajetória de um jovem índio aculturado, Anderson (Anderson Tikuna).
Anderson trabalha na linha de produção de uma fábrica da Zona Franca e mantém uma relação conflituosa com sua comunidade de origem, que vive na periferia de Manaus. Deseja ser cabeleireiro, ter um nome de branco e dar vazão a sua bissexualidade.
O jogo entre essas instâncias – o ancestral e o moderno, o mundo natural e o mundo urbano, a tradição e as pulsões – se dá de um modo por vezes um tanto abrupto, e antropólogos criticaram duramente a abordagem da cultura indígena pelo filme quando da sua exibição no festival de Brasília do ano passado. Mas é inegável a força de suas imagens (como as iniciais, de um terrível ritual de iniciação), e a trajetória desse ser entre dois mundos não deixa de ecoar, refratar ou atualizar a de outros personagens trágicos do nosso cinema, como a protagonista de Iracema, uma transa amazônica, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, e o Carapiru de Serras da desordem, de Andrea Tonacci. O índio, de uma maneira ou de outra, continua a nos questionar e a nos colocar em crise.
*José Geraldo Couto é crítico de cinema, jornalista e tradutor.
**IMS: Instituto Moreira Salles

Há quarenta anos o mundo perdeu Clarice Lispector

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Clarice Lispector nasceu em 10 de dezembro de 1920 na aldeia de Chechelnyk, região da Podólia, então parte da República Popular da Ucrânia e hoje parte da moderna Ucrânia e morreu em 9 de dezembro de 1977, no Rio de Janeiro, um dia antes de completar 57 anos, em decorrência de um câncer de ovário. Deixou dois filhos e uma vasta obra literária composta de romances, novelas, contos e crônicas.
Por Carolina Maria Ruy*

A ucraniana, naturalizada brasileira é considerada uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX, com uma obra repleta de cenas cotidianas simples e tramas psicológicas.
Suas principais obras marcam cada período de sua carreira. Perto do coração selvagem foi seu livro de estreia; Laços de família, A paixão segundo G.H., A hora da estrela e Um sopro de vida são seus últimos livros publicados. Faleceu em 1977, um dia antes de completar 57 anos, em decorrência de um câncer de ovário. Deixou dois filhos e uma vasta obra literária composta de romances, novelas, contos e crônicas.
Em 2006 a editora Rocco publicou crônicas da escritora publicadas em com jornais e revistas entre 1940 e 1977 em um livro chamado “Correio Feminino”. Os textos curtos abordam temas práticos e cotidianos como a educação dos filhos, tratamentos de beleza, remédios contra os ratos, busca da felicidade, escolha do perfume além de dilemas morais.

Reproduzimos aqui o conto “Por não estarem distraídos” publicado no livro Para não esquecer, lançado um ano após sua morte, em 1978.
Por não estarem distraídos
Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles. Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria e peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles. Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração. Como eles admiravam estarem juntos!

Até que tudo se transformou em não. Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles. Então a grande dança dos erros. O cerimonial das palavras desacertadas. Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto. No entanto ele que estava ali. Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso. Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos. Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham. Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram. Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios. Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.
BRASIL CULTURA

PRESIDENTE DO CPC/RN FARÁ PEREGRINAÇÃO NAS COORDENAÇÕES DA FUNARTE E BIBLIOTECA NACIONAL NO RIO

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RIO DE JANEIRO
Na próxima segunda-feira (11) e terça-feira (12),  o presidente do Centro Potiguar de Cultura - CPC/RN, Eduardo Vasconcelos estará mantendo contatos com as coordenações: Presidência,  PRONAC (Programa Nacional de Apoio a Cultura), CEACEN (Centro de Artes Cênicas), CEAV (Centro de Artes Visuais), CEMUS (Centro de Música) e CEPIN (Centro de Programas Integrados), com objetivos de buscar apoios, informações e parcerias e divulgar projetos que estarão em breve sendo concretizado, como por exemplo: "Se o aluno não a biblioteca, a biblioteca vai ao estudantes" - (solicitação de estrutura); Cinema na escola; Formação, legalização de Grupos de Danças; Criação do Circo Comunitário, entre outros.

Para Eduardo Vasconcelos essa é uma luta antiga, mas todos que fazem parte do CPC/RN e os que apoiam a entidade estão abraçando esses sonhos e com certeza serão realizados.

Eduardo confidencia, que de volta ao estado manterá contatos com Fundações como a do Banco do Brasil, CEF, Bradesco, Itaú, entre outras instituições para abraçar essa ideia.

Somos pessoas voluntárias, que se dedicam a maior parte do tempo a lutar pelo regaste da cultura potiguar, identificando novos talentos e fazendo valer o direito a CULTURA, resgatando suas origens e dando oportunidades aos jovens a mostrarem seus talentos, suas qualidades e potenciais, coisa que a maioria dos governos municipais, estaduais e mesmo a escola não vem fazendo, descumprindo assim a nossa NOSSA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA.

Na Biblioteca Nacional, Eduardo Vasconcelos manterá contatos com a atual presidente, HELENA SEVERO e a Chefe de Gabinete, VERÔNICA LESSA, onde o mesmo irá expor o Projeto: "BIBLIOTECA DO ESTUDANTE" e SE O ESTUDANTE NÃO VAI A BIBLIOTECA, A BIBLIOTECA VAI AO ESTUDANTE"

Vamos acreditar que um dia vai mudar!

Anitta é muito mais que a mulher do ano. Por Nathalí Macedo

Ela
Por
 Nathalí Macedo
 -
A mulher do ano é Anitta. Mas ela é mais do que isso.
Se em 2012 alguém me dissesse que uma cantora de funk tocaria em algumas das questões mais importantes da contemporaneidade sem parar de rebolar a raba, eu e meus preconceitos provavelmente riríamos de desdém.
Mas, diria Karnal, o mundo não é linear.
Larissa, menina periférica que sonhava em dançar como a Beyoncé – e que menina periférica não sonhava em dançar como a Beyoncé? – agora é Anitta, cantora internacionalmente respeitada que cumpre uma turnê apertada com a ajuda singela de uma equipe completa e um jatinho.
Tá ruim?
O caminho natural de uma minoria que ascende socialmente seria, pela lógica (alô, Paulo Freire), ocupar o lugar do opressor. Anitta poderia estar explorando sua equipe, sendo antipática com seus fãs e indiferente às questões sociais à sua volta.
Poderia ainda estar surfando na onda dos funks pseudopolíticos para alcançar mais ouvintes e seguidores, mas ela sabe – todo mundo sabe – que não precisa disso.
Prefere fazer revolução apenas sendo ela mesma: enquanto uma militância eufórica discute sobre a cor da sua pele e sobre o que ela deveria ou não fazer com seu cabelo, ela paira sobre toda conjectura e apenas faz o que deve ser feito: o seu trabalho.
Nas horas vagas, é claro, dá umas respostas ácidas, merecidas e assertivas nas redes sociais – sem perder o rebolado, com o perdão do trocadilho.
Quando um pastor questionou a sua sensualidade no palco, chamando-a – pasmem – de prostituta, ela respondeu com uma pequena lista de todas as suas funções, e não são poucas: “Eu sou cantora, dançarina e empresária.”
O pastor teve que se retratar, e eu tive que sorrir por viver em um mundo em que pastores evangélicos precisam se retratar.
Uma cantora pop mundialmente famosa, percebamos, foi na goela do fundamentalismo religioso e sua misoginia em menos de 200 caracteres, e sem sequer tocar as palavras fundamentalismo religioso e misoginia.
Como se não bastasse, a última da Anitta foi conseguir falar sobre política sem falar sobre política.
Diante da notícia de que Michel Temer cortara a verba destinada a educação, comentou: “É como o meu financeiro me dizer que tenho que cortar gastos e eu tirar dinheiro da divulgação das músicas em vez de maneirar no jatinho.” Gênia.
Se isso não é um espírito empreendedor, eu não sei o que é um espírito empreendedor, e realmente preciso de algum tempo para digerir o fato de que o ano é 2017 e o atual presidente da república tem muito o que aprender sobre economia com uma cantora de funk.
House of Brazil. Trilha sonora: Show das Poderosas.

A cada cinco minutos uma mulher á agredida no Brasil.

Basta uma crise política, econômica e religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados (Simone de Beauvoir).

Cristina, estuprada pelo primo. Ele era mais velho e dizia a ela que ninguém acreditaria.
Maria, perseguida pelo ex-marido e assassinada. Ele não aceitava o fim do relacionamento.
Joana, agredida a socos pelo pai. Ele achou a roupa dela muito curta pra sair de casa.
Letícia, assediada no ônibus indo pro trabalho. Ele se masturbou e gozou nela.
Gabriela xingada pelo namorado. Ele não acha que ela seja bonita, ou magra o suficiente.
Mulheres sangram pelas ruas das cidades todos os dias, todas nós temos um caso (ou mais) e vivências de violência pra contar, e você homem, com certeza tem que parar pra ouvir!
A violência contra a mulher se manifesta de diversas formas: física, sexual, doméstica, moral, psicológica e patrimonial. Segundo a Convenção de Belém do Pará (1994), a violência contra a mulher é “qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado” (Art. 1°). Ou seja, a violência contra mulher ocorre pois possuímos relações desiguais entre homens e mulheres, que não são naturais ou fruto das nossas diferenças biológicas, mas são construídas pela nossa sociedade desde que nascemos, e vão se reproduzindo nos mínimos detalhes de nossa vida cotidiana.

Mulheres de diferentes classes sociais, religiões, culturas, idades, origens, das mais novas às mais velhas, de diferentes escolaridades, raças, orientação sexual. TODAS elas podem sofrer, ou sofrem violência ao menos uma vez em suas vidas, porém, se faz necessário a nós um recorte de classe e raça. Mulheres pobres e mulheres negras são mais oprimidas pelo machismo, e isso se manifesta em números maiores de casos de violência, em mortes, sendo o racismo também estrutural da sociedade brasileira, colocando a mulher negra como inferior a branca.
As estatísticas são alarmantes e passam longe de representar o real número de casos no Brasil, mesmo com um canal anônimo de denúncias, e o estabelecimento por lei do atendimento específico em delegacias para mulheres. Mesmo hoje possuindo a tipificação do feminicídio como crime hediondo, e a Lei Maria da Penha, as mulheres não denunciam seus agressores. Ainda há imensa falta de preparo dos profissionais para o atendimento dessas mulheres, causando mais constrangimento e dor. Não há proteção para elas após as denúncias, colocando suas vidas em risco, fazendo assim, que elas se silenciem.
Mas as mulheres lutam! Se hoje temos um dia de luta pelo fim da violência contra mulher foi porque muitas gritaram basta, por si mesmas e por outras mulheres, assim como as irmãs Mirabal, Las Mariposas que morreram lutando pela liberdade política na República Dominicana, homenageadas pela data do 25 de novembro, aniversário de suas mortes.
Quiçá quiséramos nós que toda nossa luta e os direitos que conquistamos não corressem riscos. Mas como muito bem nos alertou Beauvoir basta alguma crise para que os diretos das mulheres sejam questionados, extinguidos e nossas vidas responsabilizadas, como agora estamos vendo.
A frase quase profética “bela, recatada e do lar” sintetizava e nos alertava que o golpe de 2016 também recairia sobre os direitos das mulheres. Não é à toa que sua figura símbolo vinha do Estado, nos deixando implícito que o que é de atribuição deste passa a ser de responsabilidade das mulheres. E agora, esses são os nossos novos dados:
– Em 2016 12 milhões de mulheres sofreram algum tipo de ofensa verbal.
– 5,2 milhões foram assediadas e humilhadas publicamente no transporte público.
– 1,4 milhões foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento.
– Em 2016 foram mais de 49 mil estupros registrados, um aumento de 3,5%;
– De janeiro a julho de 2017, somente 15% dos homens acusados por estupro foram presos;
– Temer cortou 61% das verbas destinadas ao atendimento de mulheres vítimas de violência;
– Temer reduziu em 54% o orçamento para políticas de incentivo à autonomia das mulheres;
– Em 2016 o Ligue 180 recebeu 68 mil relatos de violência doméstica e familiar, um aumento de 133% em relação a 2015. 58,86% das mulheres vítimas de violência doméstica são negras.
– Em dados de 2015, o número de morte de mulheres negras teve um aumento de 54,2%, enquanto o de mulheres brancas caiu.
– 65,9% das vítimas de violência obstétrica são negras
Estima-se que em TODOS ESSES CASOS 61% dos agressores eram conhecidos das vítimas.
Ainda, Congresso Nacional, com sua bancada religiosa e conservadora, conivente com o golpe de Estado, não se exime de seu papel de continuar violentando as mulheres. Impede a discussão da questão de gênero nas escolas, e se já não bastasse a tentativa de Eduardo Cunha em aprovar em 2015 o PL 5.069/2013 que visa dificultar o atendimento às mulheres que sofreram violência sexual, agora a PEC 181 “Cavalo de Tróia” nos assombra com a possibilidade de não podermos recorrer nem mesmo ao aborto legal, em casos de estupro, já previsto em lei, dado que para a PEC “a vida começa na concepção”. Mais uma vez querem controlar nossos corpos, querem nos impor carregar em nosso ventre o fruto de uma violência, e isso não vamos aceitar! Enquanto cerca de 4 mulheres morrem todos os dias por complicações resultantes de abortos clandestinos, e entre o índice de indução de aborto ilegal as mulheres brancas (1,7%) são metade do número de mulheres negras (3,5%), continuaremos lutando para que essa questão seja tratada de forma laica, como questão de saúde pública.
As mulheres se levantam e gritam: TODAS CONTRA OS 18. É nas ruas que vamos mostrar nossa força, que vamos barrar o conservadorismo. Nos organizando em nossos bairros, nas universidades, nas escolas, nos campo, aonde estivermos. Não permitiremos mais retrocessos!
Pensar em estratégias de combate à violência contra mulher é essencial para que possamos reduzir danos e acolher essas mulheres, discutindo relações de gênero e construindo novos valores, novos homens (entendendo seu papel como parceiros na construção do feminismo), e novas mulheres mais fortes.

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!
Fonte: LEVANTE

Tempos tenebrosos para a universidade brasileira – Por Iago Montalvão

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Na história da luta do povo brasileiro, a universidade sempre fora um foco de resistência contra os ataques das elites que por tantas vezes já atacaram nossos direitos e liberdades ou tentaram vender nossos patrimônios e acabar com a soberania de nosso país. Mas a universidade tem muito mais além a oferecer, é onde se produz a pesquisa e a inovação tecnológica, elementos necessários pro progresso e desenvolvimento das forças produtivas e dos serviços no nosso país, que vão desde as técnicas pra plantio e extração de matérias primas, até a produção de materiais com valor agregado e tecnologia, até questões ligadas à saúde, meio-ambiente, formação humana, e tantos outros avanços necessários para a consolidação de um país e uma sociedade verdadeiramente desenvolvida e igualitária.
Talvez justamente por isso sempre foram também foco de ataques das elites econômicas e políticas do país, visto que seriam essas instituições uma verdadeira ameaça à sua manutenção no establishment e na conservação do status quo tal como existe no sistema capitalista e propriamente na sociedade brasileira, historicamente marcada por uma forte dominação de elites estrangeiras e de oligopólios locais que servem a esses interesses externos. Sem a universidade, e toda produção intelectual que ela proporciona, seja para desenvolvimento das forças produtivas, o que contribui para a independência e soberania econômica (e consequentemente política) do país, ou seja para a emancipação crítica e humana de nossa população, se torna mais fácil para que as elites estrangeiras mantenham o Brasil numa condição de neo-colônia disfarçada de “país emergente”.
Além desses pressupostos para os ataques às nossas instituições de educação superior, a expansão da iniciativa privada nessa área trouxe a tona uma série de novas problemáticas para os estudantes brasileiros. Problemas com a falta de qualidade, o desrespeito aos direitos estudantis, falta de assistência, más condições de trabalhos para os professores, aumentos abusivos de mensalidade e tantas outras questões tem sido enfrentadas cotidianamente nas universidades particulares, especialmente as geridas pelos grandes conglomerados privados de educação ou pelas pequenas faculdades privadas. E como se não bastassem todas essas complicações, com a nova Reforma Trabalhista, a rede de universidades particulares Estácio, já está demitindo centenas de professores para recontratá-los sob novas regras trabalhistas e com menores salários, expondo a qualidade do ensino à precarização das relações de trabalho nas salas de aula.
Nas universidades federais os últimos fatos que representam simbolicamente essa ofensiva às instituições públicas de educação superior ocorreram na UFSC, com a perseguição política por parte da Justiça e da Polícia Federal do ex-reitor Prof. Luiz Cancellier, que levou a seu suicídio sem que comprovassem qualquer tipo de culpa, e na UFMG, na última semana, com novos mandatos de busca e apreensão e condução coercitiva, que repetiram atos repudiáveis de espetacularização das operações policiais que tem menos o objetivo de investigar, e mais o de criar tramas midiáticas com um pretenso combate a corrupção, mas que na verdade tenta desarticular e rebaixar a imagem de nossas universidades para que se tornem mais aptas na sociedade as ideias de privatização.
Entre os ataques sofridos na UFSC e na UFMG, curiosamente surgiu um relatório do Banco Mundial – um dos grandes agentes do capitalismo e neo-liberalismo global – que propõe a cobrança de mensalidade nas universidades públicas brasileiras, sob argumentos extremamente frágeis e que desvalorizam as características locais e a importância de que todo conhecimento produzido nessa universidade sirva a todo povo brasileiro. As ações da justiça e da Polícia Federal, que já tem demonstrado na Operação Lava-Jato por exemplo sua inclinação à determinados tipos de comportamento que ferem o devido processo legal e o estado democrático de direito, devem ser compreendidas em seu enviesamento com essas propostas privatizantes e neo-liberais, que tentam se aproveitar da recessão e do momento político frágil no país para implementar seus modelos.
É preciso resistir. Resistir pelo direito de que a juventude e a população em geral tenha acesso à educação superior com qualidade. Resistir para que a universidade brasileira se mantenha firme na produção de conhecimento, pesquisa, tecnologia e inovação, que estejam a serviço de nosso pleno desenvolvimento com soberania e independência e para a emancipação do nosso povo, garantindo que a partir desses elementos possamos ter um país cada vez melhor. Resistir em defesa da democracia, valor sempre tão prezado por professores e estudantes destacados na luta pelas liberdades. Resistir contra as retiradas de direitos dos nossos professores, nos retrocessos aos direitos trabalhistas e nas manobras dos grandes empresários em tentar aumentar lucros com a redução de salários e da qualidade do ensino. Nunca em um período democrático do nosso país vivemos abusos e excessos tão execráveis nas nossas universidades como vivemos hoje, isso deve acender um alerta a todos que defendemos a democracia.
UJS

O verdadeiro significado da árvore de Natal.

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É quase impossível falar de Natal sem falar na árvore de Natal. Em muitas casas, esse enfeite é o adorno principal nessa data. Mas, de onde vem esse costume de montar a árvore de Natal? As crianças vão gostar muito de saber a história e a origem desse adorno natalino. Para isso, é preciso nos reportarmos até o segundo e terceiro milênio a.C. para descobrir as origens da árvore de natal.
Lendas e histórias da árvore de Natal
Naquela época, os povos indo-europeus que se expandiam pela Europa e Ásia, celebravam o nascimento do deus da fertilidade, Frey, adornando uma árvore perene nas datas próximas ao Natal cristão. 
Com a evangelização desses povos, os cristãos tomaram essa tradição, mas transformando seu significado, para celebrar o Natal e o nascimento de Jesus. Como o passar do tempo, tornou-se costume enfeitar a árvore de Natal com luzes, anjos, laços, guirlandas, etc.
A árvore do menino Jesus. Conta a lenda que, na primeira metade do século VIII, um carvalho que os pagãos consideravam sagrado caiu sobre um abeto (árvore nativa das florestas temperadas da América do Norte, Ásia e Europa). Milagrosamente o abeto ficou intacto, e assim foi proclamado “árvore do menino Jesus”. Sua forma triangular se dizia que representava a trindade, com o Deus pai no ápice da árvore.
O abeto do cristianismo. Uma história muito similar à anterior diz que, também no século VIII, o monge inglês Winfrid derrubou na noite de ano novo um carvalho que era utilizado nas festividades pagãs para oferecer vidas em sacrifício. Nesse mesmo lugar brotou milagrosamente um abeto, e assim decidiram tornar essa árvore como símbolo do cristianismo.
A árvore iluminada. Outra lenda nos leva até o rei Arthur. Diziam que Persival, um dos cavaleiros da Mesa Redonda, descobriu uma árvore cheia de luzes brilhantes, que se moviam como estrelas, enquanto buscava o Santo Graal, o cálice da última ceia de Jesus.
 Também o escritor alemão Goethe, em seu livro “Werther” fez menção a um frondoso arbusto cheio de caramelos e figuras religiosas.
A árvore da vida eterna. Alguns contam que a origem da árvore se atribui ao monge inglês São Bonifácio. Contam que em uma de suas viagens, encontrou um grupo de pagãos em volta de um grande pinheiro no instante que iam sacrificar uma criança em homenagem ao deus Thor.
Para evitar o sacrifício e salvar o pequeno, São Bonifácio derrubou a árvore com um poderoso e potente golpe com os punhos. O santo disse aos que estavam reunidos ali, que esse pinheiro era a árvore da vida eterna de Cristo.
Luzes e cores no bosque. Certa história conta que Martin Luther King, caminhando por um bosque nas vésperas do Natal, ficou deslumbrado com a beleza de milhões de estrelas que brilhavam através dos ramos das árvores.
Ficou tão impressionado que decidiu cortar uma pequena árvore e levá-la à sua casa. Ali recriou a mesma beleza que viu no bosque pendurando luzes de cores.
A história da árvore de Natal
A moderna árvore de natal provém da Alemanha. Suas primeiras referências datam do final do século XVI, quando uma árvore foi decorada para ambientar o frio do Natal, costume que se difundiu rapidamente por todo o mundo.
Até o século XIX chegaria à Grã Bretanha, França, Estados Unidos, Porto Rico, China e Japão. A tradição do abeto decorado saiu da Inglaterra aos Estados Unidos, nos tempos da colonização. Atribui-se a August Imgard, um homem de Ohio, a instalação da primeira árvore de natal, em 1847.
A partir daí, a cultura norte-americana ficou como precursora em matéria de decoração de Natal. Na Espanha, a árvore de Natal chegou no início do século XX, assim como na América Latina.
Como montar uma árvore de Natal
As árvores de Natal têm diversos tamanhos e podem ser naturais, ou artificiais, e podem ser mais ou menos decoradas, mas todas as árvores são montadas com o mesmo carinho e fantasia. Quer montar uma? Veja alguns conselhos:
– Antes de começar a decorar a árvore de Natal é necessário escolher um lugar agravável e que tenha uma tomada perto. Uma vez escolhido e montada a árvore, é o momento de começar a decorar.
– Colocam-se as luzes de baixo para cima, distribuindo bem por toda a árvore.
– Com a ajuda das crianças, podemos decorar, de forma homogênea, os enfeites de Natal, como anjos, pinhas, laços, bolas, estrelas,guirlandas, sinos, etc. Os mais pesados devem ser colocados na parte de dentro e os mais leves nas pontas dos ramos.
– Por último, coloca-se o enfeite maior e mais pesado, uma estrela, um anjo, ou inclusive um Papai Noel, na parte mais alta da árvore de Natal para coroá-la.
Brasil Cultura