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quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Levantamentos mostram perseguição contra religiões de matriz africana no Brasil ...

INTOLERÂNCIA NUNCA MAIS...


Os casos denunciados à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência vão de insultos à
 violência física, passando por invasões de terreiros e até recusa de fazer negócios. Foi o que ocorreu com Fábio Oliveira, frequentador do Ilê Axé Oxum.

- Compramos um terreno em uma comunidade em Campo Grande para erguer um barracão. Na semana seguinte, fomos informados de que o tráfico local não queria ‘macumbeiros’ ali. Tivemos de desistir do espaço - conta.

O grupo de Oliveira hoje se reúne com frequência no Parque Ecológico dos Orixás, em Magé. O local foi criado há dez anos, na tentativa de evitar a exposição dos praticantes de candomblé e umbanda. Todos os fins de semana, a área, de 60 mil metros quadrados, recebe dezenas de associados à União Umbandista dos Cultos Afro-Brasileiros. Vestidos de branco, os frequentadores se reúnem em cantorias com atabaques e deixam oferendas aos pés de imensas estátuas de orixás e em uma cachoeira.

Diferentemente de Oliveira, grande parte dos frequentadores do parque não quer ser identificada e não se deixa fotografar. Testemunhos de quem aceita conversar dão pistas do que leva ao acanhamento.

Vandalismos em templos Rio - Um dos principais centros espíritas da Zona Sul do Rio, a Casa do Mago foi atacada pela terceira vez em menos de um mês. O portão do local, no Humaitá, foi incendiado por volta de 1h desta quarta-feira. De acordo com a PM, policiais do 2º BPM (Botafogo) foram faziam patrulhamento pela região quando ouviram um barulho. No entanto, os suspeitos conseguiram fugir.


No momento da invasão o terreiro estava vazio. A responsável pelo Centro Espírita acredita 
que esse foi um caso de intolerância religiosa.Não há informações sobre feridos no local. Conhecido como O Mago, Ubirajara Pinheiro registrou o caso na 10ª DP (Botafogo). Os outros dois casos ocorreram nos dias 31 de julho e 2 de agosto. Na segunda vez, os bandidos jogaram um artefato explosivo dentro da casa. O DIAtentou entrar em contato com algum representante da Casa do Mago, mas ninguém foi encontrado.- 

Trabalho em um banco e tive uma chefe que descobriu que eu batia tambor. A partir dali, ela começou a me perseguir, e tive de pedir transferência - conta uma umbandista.Professor do Departamento de Ciência da Religião, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o cientista social Silas Guerriero vê um aumento da intolerância no Brasil nos anos recentes...
A polícia também está investigando mais um caso de intolerância religiosa. Dessa vez foi em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O Centro Espírita Unidos pela Fé, que fica em Austin, foi invadido na madrugada de quarta-feira (30).

Foram furtadas imagens de santos. Louças usadas nos cultos e outros objetos foram quebrados e ficaram espalhados pelo chão.
As intolerâncias mexem com a sociedade de maneira geral, quando um grupo se acha superior ao outro. No Brasil, sempre houve uma certa tolerância religiosa. O que tem acontecido nos últimos anos é que o pentecostalismo se coloca de maneira muito fundamentalista. E esse fundamentalismo evangélico tem levado às situações de violência que estamos vendo.

Apenas no último ano, foram registrados através do Disque 100, 79 denúncias de casos de intolerância religiosa no estado. O número representa um crescimento de 119%, quando comparado ao ano anterior.

Agressões -A intolerância religiosa não fica só nos atos de vandalismo, invasões e incêndios. Ela também ataca as pessoas, que assim como a menina apedrejada no bairro da Penha, no Rio de Janeiro, são agredidas física e moralmente, por causa da sua fé.- Os evangélicos são pacíficos. Nunca presenciei um pastor dizendo “vamos incendiar um terreiro, vamos quebrar suas imagens”. O que se fala é “vamos orar para que Deus toque o coração deles”. - defende o pastor da Assembleia de Deus. - Sempre que invadem uma igreja católica ou um terreiro, os evangélicos são os primeiros suspeitos. Mas, muitas vezes, os agressores não são da religião.

“Este ato de intolerância religiosa não foi realizado por um 'lobo solitário'. Os criminosos, assim como no último ataque, utilizaram uma bomba caseira, feita com pregos, chegaram de 
carro e com os rostos cobertos. A perseguição não é apenas contra o mago, pois se fosse algo pessoal eles também poderiam agir fora do templo. A perseguição é religiosa. Ao atacarem um templo de matriz africana, que expõe imagens de santos e cultua os orixás, eles atacam a religião e todos os umbandistas e candomblecistas. Milícias religiosas podem estar por trás de ataques.

João Paulo de Xango da UNEGRO e líder do movimento NÃO MEXA NA MINHA ANCESTRALIDADE , diz que tem motivos ainda maiores para acreditar em preconceito religioso e cultural: -O Rio, desta forma, estaria fazendo uma viagem de volta ao passado quando a religiões de matrizes africanas eram criminalizados e tratados como magia negra

Um afro abraço.
Claudia Vitalino.

REBELE-SE CONTRA O RACISMO!
fonte: comissão inter religiosa da unegro rj/odia.ig.com.br/rio-de-janeiro/https://oglobo.globo.com

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