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domingo, 30 de julho de 2017

Luiz Grande foi mais do que um compositor de Zeca Pagodinho, por Augusto Diniz

Luiz Grande foi mais do que um compositor de Zeca Pagodinho

por Augusto Diniz
A morte na última quinta-feira (27/7) de Luiz Grande, aos 71 anos (um dia após seu aniversário), é uma perda e tanta para o samba. Apesar de mais conhecido por ter composições gravadas por Zeca Pagodinho, seu único disco solo é uma aula do gênero.
Luiz Grande, que enfrentava nos últimos tempos quadro avançado de diabetes, tinha alta estatura, era espirituoso e muito querido no meio do samba pelo seu comportamento extremamente afetuoso. Filho de empregada doméstica, ele trabalhou como taxista no Rio e conhecia bem as mazelas da cidade. Frequentava rodas de samba desde a década de 1970 e integrou a ala de compositores da Imperatriz Leopoldinense.
Seu único CD solo foi lançado em 2005, produzido pelo Candongueiro, casa de samba de Niterói (RJ), depois de o projeto fonográfico ser selecionado em um programa de incentivo cultural da Petrobras. Um dos motivos invocados para se ter a iniciativa aprovada era porque se tratava de um artista com sólida obra já gravada por destacados intérpretes, porém sem registro fonográfico autoral; nesse mesmo projeto também foi lançado o primeiro trabalho em CD de Jurandir da Mangueira (falecido em 2007) e de Zé Luiz do Império.
O disco solo de Luiz Grande é repleto de sambas sincopados e partido alto, dois subgêneros do samba já na época uma raridade em CD – os dois estilos vem sendo substituídos por um samba mais dolente ou de refrãos fortes em detrimento ao restante da letra.
Com uma voz grave lembrando os proeminentes sambistas, Luiz Grande ressalta no CD suas composições de ótimo fraseado, ora com bom humor ora com fatos da vida real, acompanhado pelo ritmo malemolente em todas as linhas da composição. Quando cantava, tinha o hábito de inserir o termo “na glória” na música, o que acabou virando sua marca registrada.
Esse jeito de compor que remete para a essência do samba é que talvez tenha atraído Zeca Pagodinho a gravar composições de Luiz Grande junto com os parceiros Barbeirinho do Jacarezinho e Marcos Diniz (filho de mestre Monarco), como o caso de “Caviar” e “Dona Esponja” – os três formavam o grupo Trio Calafrio e chegaram a gravar um CD em 2003.
Luiz Grande é mais um sambista que se vai sem ter atingido o reconhecimento devido do público além daquele que frequenta rodas de samba.
O CD solo de Luiz Grande está disponível no Youtube aqui.
Fonte: http://jornalggn.com.br

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